Esse título, literalmente, resume o mesmo de julho. Fiquei ausente de tudo, alienado na organização de um evento que levaria (transmitiria) o mais longo eclipse total solar do século para crianças em algumas localidades da Ásia.
O ECLIPSE
O negócio começou com uma inocente frase da minha orientadora: “O Observatório Nacional vai nos ceder as imagens do eclipse. Vamos fazer algo para crianças”. E lá fui eu, que nunca tive o mínimo interesse nesses fenômenos astronômicos, saber o que é exatamente um eclipse solar e todos os detalhes.
No final, o evento foi crescendo, crescendo, crescendo, as noites mal dormidas se multiplicavam, mas os ventos, o sol e a lua pareciam estar voltados pra nós. O evento levou o nome de GLOBAL KIDS ECLIPSE 2009 (veja detalhes nos sites jap/ing ou só ing), foi reconhecido como um evento oficial do Ano Internacional da Astronomia, ganhou o apoio da UNESCO e reuniu mais de 400 crianças de 9 nacionalidades em 8 localidades diferentes.
As crianças tiveram num primeiro momento uma aula sobre o eclipse em si, acompanhado de uma atividade onde deveriam fazer um desenho cujo tema era “A estrela ou planeta ideal”. No segundo momento, o evento em si, elas se reuniram para conhecer seus colegas de outros países, interagiram entre si trocando cumprimentos, apresentando os desenhos e fazendo perguntas sobre eles. E finalmente, ver as imagens do eclipse total, em alta-definicao, em tempo real. E todas juntas.
O ensaio final foi mais do que tenso. A internet não conectava, Iwojima prometia céu nublado, a chuva já tinha tirado da jogada a escola das Filipinas, por causa das enchentes locais, fora o cansaço geral….
Mas no final, deu (quase) tudo certo. Tivemos chuva e um céu muito nublado em Hiyoshi, Yokohama, onde poderíamos ter visto o eclipse parcial. Mas as imagens de Iwojima chegaram ótimas e a tempo, a conexão com a maioria das outras localidades foi tranquila, apesar de alguns problemas com o som de alguns países. De quebra, o evento conseguiu emocionar todos os participantes, adultos presentes, patrocinadores, staff e, principalmente, eu mesmo, que estava meio cético no começo.
O mais legal, foi poder levar essa oportunidade para locais em que não daria pra ver nem o eclipse parcial (como na Indonésia) e também para estudantes brasileiros do 6º e 7º ano da escola Nippaku Gakuen, em Gunma (a 100km ao norte de Tokyo), graças ao patrocínio da Brastel Telecom e o projeto “Entre para a História“. Agora, é se preparar para o próximo eclipse solar total que vai ser visto do Japão, daqui a 26 anos….
APRESENTAÇÃO FINAL DO SEMESTRE
Dois dias depois, teríamos a última apresentação geral do semestre (por laboratório) e também nossa útlima apresentação em grupo, já que no final do semestre seguinte será a defesa da tese… (medo!)
Mais uma noite em claro para fazer o poster, mas no final, correu tudo bem. De manhã, a apresentação foi no auditório. Subir no palco não é uma tarefa exatamente fácil. E não foi. Problemas com o arquivo, gaguejamos, falta de preparação do discurso, etc… Tudo em 4 minutos, que pareceu durar uma eternidade… Mas à tarde, tivemos a Poster Session, que é bem mais informal, mas sobrou para mim a tarefa de apresentar (em inglês macarrônico) o nosso trabalho.
O problema foi a sensação de final de curso, justo agora que a equipe estava andando tão bem, e de que tudo vai acabar em breve. agora só falta 1/4 dos 2 anos para acabar o mestrado…