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Posts Tagged ‘atores japoneses’

O JAPÃO NO OSCAR

Depois de anos de reinado da China, um pequeno destaque da Coréia no cinema, agora o Japão retornou e acaba de ganhar dois Oscars: melhor filme estrangeiro (Okuribito, 2008) e melhor curta de animação (Tsumiki no Ie, 2008).

Kobayashi, papel de Mokkun: confundiu agência de viagens com outro tipo de viagem...

Okuribito: confundiu agência de viagens com outro tipo de viagem...

Eu já havia assistido Okuribito no cinema, no ano passado. Pensei que era um daqueles filmes pesadíssimos, mas dei de cara com um filme bem humorado, mas nem por isso superficial. É daqueles filmes para assistir com a família no domingo a tarde. Achei bem simpático e gostei, mas não achava que seria indicado para o Oscar e muito menos levá-lo (trazê-lo?) para casa.

No Japão, o filme teve uma boa recepção de público, mas não chegou a ser um blockbuster. Já a crítica adorou e levou praticamente todos os prêmios da academia japonesa. Na minha viagem (que não deu muito certo) no Ano Novo, eu passei por uma das cidades que foram usadas como locação do filme, no interior de Yamagata. E essa locações viraram pontos turísticos e tudo mais.

Masahiro Motoki, ex-integrante do grupo Shibugaki-tai (uma espécie de Menudo dos anos 80), é adorado pelo público japonês, é carismático e bem versátil. Ele faz o papel de Daigo Kobayashi, um celista que perde o emprego e volta para sua terra natal, no interior do Japão. Lá, confunde uma vaga de condutor de agência de viagens com o preparador de defunto para funeral.

Ryoko Hirosue, também ex-cantora e atriz desde bem novinha, faz o papel de esposa de Daigo e é responsável por alguns dos momentos mais marcantes do filme. Deixou o status de menina super normal e agora ganha o de uma das mais belas e talentosas atrizes japonesas.

Mas o melhor mesmo é o veterano Tsutomu Yamazaki, que faz o papel do dono da tal “agência”.

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Tsumiki no Ie: Animação japonesa com traço europeu.

Outro representante do arquipélago acabou ganhando a estatueta. Eu já havia citado Tsumiki no Ie no blog e fiquei contente que ganhou. Não conheço os concorrentes, mas fiquei bem contente com a premiação. Achei engraçado o vídeo de agradecimento do diretor Kunio Kato. Bem low profile, sem nenhuma expressão no rosto, bem no estilo discreto dos japs. Bem diferente da equipe de Okuribito, que estava feliz da vida, arriscando um inglês macarrônico (sobático?) e muito simpática! Vale conferir todos no site oficial do Oscar.

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ps: os links são todos em japonês e provavelmente estarão bem congestionados por causa da premiação. Para informações em português, busque no (ou seria na?) Wikipedia.

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SOBRE A CEGUEIRA

São Paulo como ela não deveria ser.

São Paulo como ela não deveria ser.

Fiquem tranquilos pois não vou dar uma de crítico de cinema. Nem tenho vocação para isso. Mas não tem como ver e não falar de Ensaio Sobre a Cegueira (Blindness, 2008). Foi como ter levado um soco no cérebro, no bom sentido. Se é que isso pode ter algum bom sentido. O filme de Fernando Meirelles e cia mexe e remexe com o mais duro dos espectadores, com todos os sentimentos, conceitos, pré-conceitos, moral e qualquer outra coisa relacionada a psique humana. Tudo em 2 horas. E depois que acabou, fiquei com a sensação de que o filme era muito pesado pra domingo à noite. Fiquei com muita vontade de ler o livro, que o Dalton Hasegawa disse ser muito mais pesado…

Vendo o filme, senti que algumas cenas pareciam referências de pinturas e confirmei isso depois que li o blog que o Meirelles escreveu durante as filmagens.

Gostei muito do fato do filme contar com alguns diálogos em japonês. Aqui no Japão, as partes faladas em japonês também eram legendadas em japonês, o que facilitou o entendimento. O Yusuke Iseya era um modelo que virou ator (sim, esse padrão não existe apenas no Brasil) e a Yoshino Kimura é uma atriz de anos, que faz muito sucesso no cinema, dramas e comerciais de TV.

Mas o que gostei mesmo foi que praticamente todas as externas foram filmadas em São Paulo. E lembro-me bem que as filmagens aconteceram um pouco antes de eu voltar pro Brasil, há um ano atrás. Apesar de todo aquele lixo jogado pelas ruas (que eu sei que não são apenas ficção), fiquei orgulhoso da cidade em que nasci, fiquei tentando lembrar onde eram as locações e a saudade aumentou mais ainda. Saudade que pretendo matar no primeiro semestre de 2009!

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